8.2.17

9mar16

Maternidade:
eu chorava bastante quando era criança, eu me lembro. Depois fui crescendo com aquela coisa de que chorar é fraqueza e fui me engolindo dentro do meu próprio soluço. Depois-agora que fiz terapia e depois do João na minha barriga, graças a deus redescobri o choro.
Na gravidez a gente chora porque desceu e a gente não engravidou, chora porque engravidou, depois chora de emoção porque é verdade mesmo. Chora contando pro marido, pro pai, pro irmão; ainda com aquele soluço entalado.
Depois chora quando ouve o coração, chora quando o ultrassonografia-man diz que tá tudo bem, chora quando passam os 3 meses e não aborta, chora quando descobre o sexo, chora porque não chuta, chora porque o marido não chega nunca em casa.
Chora pela 786 vez com aquela música dos 9 meses, chora com o filme, a novela, o comercial. Chora porque você perdeu sua mãe e as pessoas insistem em te dar carinho. Chora porque seu estado é realmente de graça e as pessoas fazem tudo por você e para você. Chora porque você não sabe como viveu sem isso até hoje, chora de pensar que depois da gravidez "acabou a mamata".
A gente chora porque não consegue mais amarrar o sapato e chora a cada novo presentinho ganho. Chora com a delicadeza das pessoas. Chora de raiva, chora de sono, fome, alegria. Chora porque ele tá mexendo de menos, chora porque é Natal, porque você almeja ser bom pai, dar boa educação. Chora por um mundo melhor.
Depois chora quando descobre que não vai dar parto normal, chora quando nasce, chora quando vê. Chora os mamilos, chora os gorfos, chora a barriga menor, chora os choros, chora o primeiro sorriso. E como chora.
E por final, e sabendo que isso tudo é só o começo, chora depois das primeiras vacininhas. Não há motivo aparente. O neném chora um choro normal, aceitável; mas acredite, a gente chora mais que eles, de soluçar.
Oi, meu nome é Bruna e eu sou mãe. E você, quando chora?

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