21.11.06

Com vocês eu termino um sonho.


Há quatro anos era coisa distante; e agora escorre por entre meus dedos e não há mais como segurar. Passou como água de bica.
Vocês me fizeram tão bem quanto ar e vinho =) Vocês me ensinaram a fazer a roda girar mais rápido e também menos depressa. Amém. Meus dias de trabalho viraram poemas, cheios de ansiedade, amor e desejo - do jeito que eu gosto, intenso e com tempo faltando. Meu trabalho e engajamento foram viscerais. O concreto e real sempre existiu e se tornou um pouco menos árduo porque eu sabia que ali, ali estava uma base para a qual eu poderia recorrer. Vocês me fizeram falar.
Mais pérolas infames que brigas; mais preocupações que medo. Uma ansiedade toda junta e uma consciência de que a vida não pode ser feita só de neuroses. Acalmemos. Todos com seus tantos defeitos.

Nós saboreamos todos os momentos; das curtas férias até os que nos reunimos para simplesmente passar uma lista de pendências interminável que se repetia dia após dia. Nós fizemos um trato, de comprometimento; e entre alguns deslizes, fizemos tudo o que nos cabia, terminamos em grande estilo o que nos propusemos a fazer; e iniciamos.
Vocês seguem por aí e eu por aqui, mas eu nunca, jamais, vou esquecer do nome que defendemos até a última gota, Vox. A nossa voz foi aceita por outrem e isso está aqui na minha pele, feito tatuagem.
As minhas expectativas foram superadas. Pegarei meu diploma e sairei andando pela rua, sem lenço, sem nada. Disso vocês nunca duvidaram =D e o que vou esperar de vocês é que sejam mais, mais horizonte distante a cada avenida cruzada e email enviado. Que cada um de nós faça o muito que lhe cabe, sozinho, de agora em diante. E eu tenho certeza, eu farei. Vocês o farão. E só o que eu espero é poder aplaudi-los de pé, numa outra platéia, repleta de orgulho.

Somos Vóxicos, da Voxie. De dialeto próprio. Unimos o útil (nós) ao agradável (nosso modo de lidar); algumas coisas - pode ser até uma dobrinha - vão mudar de lugar, mas seremos os primeiros a saber uns dos outros, sempre que quisermos. Nossa vida é massa; é live. E isso não poderemos esquecer nunca. Porque só assim se vive, tendo na carteira, grandes e bons momentos.

Congrats, friendinhos.
Vocês são estranhos, mas eu gosto pacas.

16.11.06

Eu -nós- Tu

São Paulo, 16 de novembro de 2006


Pra você deixo um beijo especial; no canto inferior da bochecha direita, mais perto do ossinho. Um beijo e um aperto, porque estou um pouco perdida com relação aos meus sentimentos e porque esse término está me deixando um pouco frágil. E eu até gostaria de te falar tudo isso, mas não sai. Por você e por mim, não dá.
Que essa ‘fraqueza’ passa, eu sei. Sei bem que você me diria isso agora, de longe e com toda a impassibilidade do mundo. Vai passar =)

Deixo um agradecimento especial, porque entre todo o restante, nos suportamos. Porque o gole d'água que eu te dava e o sorriso que você me devolvia fazia amenizar um pouco a ansiedade daquela loucura toda. Muito porque, entre uma ou outra pendência, uma ou outra coisa que ia se resolvendo ou aparecia para resolver, você me indicava uma música e me fazia gostar mais ainda de ti. Quantas brigas e xingamentos para poucos momentos de alegria. Quantas alegrias, papos desconexos para poucas horas livres. Quanta coisa em tão pouco tempo! Nosso café da manhã, nossos almoços e nossas idas e vindas não seriam as mesmas, tão simples e suaves. Quase infantis. Você 'mirrita' e não me vê, mas repete as frases insistentemente quando não ouço. E talvez isso baste.
Porque era bonito o ideal que tínhamos e os esforços que não medíamos para chegar até ele. Nosso sonho um dia foi o mesmo e você sabe, iremos em busca de outros, senão não seremos. E você contribuiu para que se moldassem outros tantos em mim.

O nosso estado é insano. Apego e desapego, a todo momento. Todo o cansaço esboçado em nosso rosto só nos permitia ver o quanto seríamos capazes, separados, juntos. Fazendo por todos, fazendo por nós.
Eu fiz o que pude por você. Eu te dei todo o meu amor e carinho. Também te dei minha aversão, porque se você bem se lembra, somos feitos daquela mesma madeira que os nossos sonhos, somos de cinzas e pó; não é fácil suportar, mas dissolvemos as palavras mal ditas no ar, e fazemos espalhar como a fumaça de um cigarro. E fazemos o resto; e passamos por cima de tantas outras coisas como dois velhos maduros.

Te admiro como sempre admirei. Finjo entender muitas vezes as coisas com as quais não concordo. Parabenizo-te por ser quem é - e já adiantado -, por chegar onde vai chegar. Porque você vai, entre um sono e outro, entre um orgulho e outro, entre as neuroses do caminho. Você vai que nem pétala de rosa ao vento, você vai num poema concreto, como um sonho bem real, sentido Morro Grande. Você vai.

Mil coisas faltaram aqui, mas também tanta coisa aconteceu... Nós fazemos história a cada cinco minutos que passamos juntos, não caberia.
Te gosto pacas e já estou com saudade quando entro no Messenger e não te vejo, embora não nos falemos de fim de semana.
Obigado,


Bu