16.11.06

Eu -nós- Tu

São Paulo, 16 de novembro de 2006


Pra você deixo um beijo especial; no canto inferior da bochecha direita, mais perto do ossinho. Um beijo e um aperto, porque estou um pouco perdida com relação aos meus sentimentos e porque esse término está me deixando um pouco frágil. E eu até gostaria de te falar tudo isso, mas não sai. Por você e por mim, não dá.
Que essa ‘fraqueza’ passa, eu sei. Sei bem que você me diria isso agora, de longe e com toda a impassibilidade do mundo. Vai passar =)

Deixo um agradecimento especial, porque entre todo o restante, nos suportamos. Porque o gole d'água que eu te dava e o sorriso que você me devolvia fazia amenizar um pouco a ansiedade daquela loucura toda. Muito porque, entre uma ou outra pendência, uma ou outra coisa que ia se resolvendo ou aparecia para resolver, você me indicava uma música e me fazia gostar mais ainda de ti. Quantas brigas e xingamentos para poucos momentos de alegria. Quantas alegrias, papos desconexos para poucas horas livres. Quanta coisa em tão pouco tempo! Nosso café da manhã, nossos almoços e nossas idas e vindas não seriam as mesmas, tão simples e suaves. Quase infantis. Você 'mirrita' e não me vê, mas repete as frases insistentemente quando não ouço. E talvez isso baste.
Porque era bonito o ideal que tínhamos e os esforços que não medíamos para chegar até ele. Nosso sonho um dia foi o mesmo e você sabe, iremos em busca de outros, senão não seremos. E você contribuiu para que se moldassem outros tantos em mim.

O nosso estado é insano. Apego e desapego, a todo momento. Todo o cansaço esboçado em nosso rosto só nos permitia ver o quanto seríamos capazes, separados, juntos. Fazendo por todos, fazendo por nós.
Eu fiz o que pude por você. Eu te dei todo o meu amor e carinho. Também te dei minha aversão, porque se você bem se lembra, somos feitos daquela mesma madeira que os nossos sonhos, somos de cinzas e pó; não é fácil suportar, mas dissolvemos as palavras mal ditas no ar, e fazemos espalhar como a fumaça de um cigarro. E fazemos o resto; e passamos por cima de tantas outras coisas como dois velhos maduros.

Te admiro como sempre admirei. Finjo entender muitas vezes as coisas com as quais não concordo. Parabenizo-te por ser quem é - e já adiantado -, por chegar onde vai chegar. Porque você vai, entre um sono e outro, entre um orgulho e outro, entre as neuroses do caminho. Você vai que nem pétala de rosa ao vento, você vai num poema concreto, como um sonho bem real, sentido Morro Grande. Você vai.

Mil coisas faltaram aqui, mas também tanta coisa aconteceu... Nós fazemos história a cada cinco minutos que passamos juntos, não caberia.
Te gosto pacas e já estou com saudade quando entro no Messenger e não te vejo, embora não nos falemos de fim de semana.
Obigado,


Bu

3 comentários:

Anônimo disse...

sim, esse menino vai longe...
=)
amo tanto
um e a outra tb...
companheiros de vida

Fabricio Teixeira disse...

E agora faz bem mais sentido o texto. Obrigado por ter me ensinado tanto nesses anos. Você me inspirou a ser menos neurótico, eu te eduquei a ser mais neurótica. E foi assim com tudo: hoje eu carrego um pouco de você dentro de mim.
Agora sou eu que fico boquiaberto por você ser quem é, e por chegar onde eu tenho certeza que vai chegar. Espero estar ali, no outro canto da sala, que seja, mas perto o suficiente pra te ver sorrir. E para que você saiba que pode contar comigo sempre. Assim, pra vida toda =)

Anônimo disse...

What a fucking wonderful letter!